É uma enorme honra para a Academia de Letras e Artes da Guiné-Bissau poder anunciar a admissão, como Académica da ALAB, do pintor Lemos Djata. Parabéns !
Lemos Djata, pós-graduado em Línguas e traduções, é dos grandes pintores autodidatas africanos contemporâneos. Muito jovem, começou a sua atividade artística. A paixão pela técnica Hiper-realista fez com que tornasse num novo fenómeno no mundo da arte. Já realizou exposições em vários países inclusive França, Portugal, Espanha, Bélgica e Inglaterra onde viveu e trabalhou. O artista tem obra no acervo do museu Marítim de Barcelona e do museu MAC de Bahia. O artista ganhou vários prémios internacionais. Em 2005 e 2014, galardoado o melhor pintor guineense, e 2018 distinguido com uma medalha de ouro no Carrossel de Louvre. É representado pelas associações, galerias e museus. Presidiu a Associação de artistas plásticos guineenses – BISSAU@RTE durante 4 anos. É também conhecido como artista de alma por representar a profundeza do espírito humano.
Dr. Miguel Senna Fernandes, reputado jurista, da comunidade luso-macaense, defensor do Patuá, dialecto de Macau, e promotor da cultura macaense
Nasceu em 1961, em Macau, como todos os Senna Fernandes, cresceu numa família com cerca de 270 anos, descendente duma das mais antigas e ilustres famílias de luso-descendentes de Macau, parente do 1.° Barão de Sena Fernandes, 1.° Visconde de Sena Fernandes e 1.° Conde de Sena Fernandes.
Filho do escritor e advogado macaense Henrique de Senna Fernandes, estudou Direito na Universidade Católica de Lisboa, uma sumidade em Macau por ser filho de quem é, mas muito particularmente pelo papel que vem tento da salvaguarda e promoção da cultura macaense.
Presidente das duas maiores associações de macaenses, da Associação dos Macaenses (ADM) desde 2006 e da Associação Promotora da Instrução dos Macaenses (APIM), associação fundada em 1871, desde 2016, e encenador dos Dóci Papiaçám di Macau.
O QUE É SER MACAENSE?
“Ser macaense é ter um amor incondicional a Macau, é um laço de pertença muito grande, é ter consciência da sua ascendência mestiça com um pendor português acentuado, a começar pelo nome, na fisionomia, na gastronomia, na língua, em vários aspectos”. “A ideia de macaense não pode estar dissociada da ideia de multiculturalidade, da mestiçagem, da miscigenação. Uma base portuguesa dá o toque distintivo das várias experiências de mestiçagem”.
O Presidente da ALAB – Academia de Letras e Artes da Guiné-Bissau ingressou na AICACE – Academia Internacional de Ciencia, Arte, Cultura y Educación, com sede no México.
O Presidente da ALAB – Academia de Letras e Artes da Guiné-Bissau ingressou na Academia International de Ciências, Tecnologia, Educação e Humanidades, com sede em Valência, Espanha, como ACADÉMICO DE HONRA.
A Academia AICTEH nasceu em novembro de 1990 no âmbito de uma Conferência do Conselho Mundial de Formação Profissional, desenvolvida na Escola Universitária de Engenharia Técnica Industrial de Valência, atualmente Escola Técnica Superior de Engenharia de Projetos e Engenheiros Aeronáuticos.
Em 1996, a Academia foi estabelecida com seus próprios estatutos.
Em 2002, de forma a se adaptar aos novos desafios impostos pela sociedade, os seus estatutos foram revistos de forma a incluir quatro ramos do conhecimento inter-relacionados e complementares, que constituem as suas atuais qualificações.
Suas cadeiras são ocupadas por Académicos da Espanha, Portugal, Marrocos, Itália, Bélgica e outros países, entre eles pessoas ilustres de reconhecido prestígio internacional como o Professor de Medicina Legal Sr. Luis Frontera Carreras, o Escultor Sr. Santiago de Santiago Hernández , o Prémio Príncipe das Astúrias pela Concórdia Senhor Joaquín Sanz Gadea e o ex-Vice-Presidente dos Tribunais Valencianos Senhor José Tovar Vicente.
Em julho de 2009, o Conselho Diretivo da Academia foi totalmente renovado, sob a Presidência do Prof. Doutor José Hoyo Rodrigo.
Tem como objectivos praticar e promover a inventividade e investigação nos órgãos de Cultura, Ciência e Tecnologia, Educação, Formação, Arte, Música, Humanidades, Novas Tecnologias, Construção, Energia, Hidrologia e Ambiente; Estudos e Investigação em População e Recursos Alimentares, Engenharia do Conhecimento e Inteligência Artificial, Geografia e História, Oceanografia e Ciências Marinhas, Transportes e suas infraestruturas, Ciência dos Materiais, Prospectiva, Globalização e Desenvolvimento Económico, Teleinformação Científica, Documentação Científica, Tecnologias da Informação, Social Comunicação e Desenvolvimento, bem como pesquisas sobre as origens, fundamentos e métodos das profissões.
A Guiné-Bissau conseguiu a proeza de guardar em tecido parte da sua herança cultural: no panu di pinti (pano de pente, em português). Diariamente, pode gabar-se de vestir cultura e de a comercializar junto daqueles que visitam as suas artérias. A personificação do seu berço é obtida nas cores que o tingem. São estas que, aliadas aos padrões camaleónicos, conseguem interpretar segmentos de um património inestimável.
Apesar da sua origem situar-se na etnia manjaca (povo manjaku) — que vive maioritariamente na região costeira de Cacheu, plantada no norte de Bissau —, a fama do pano de pente foi-se espalhando por quase todo o território. Nos dias que correm, é muito comum verem-se mercados tradicionais guineenses pintados com as suas tonalidades, conquistando a atenção de cada turista que o vislumbre.
Outrora era usado exclusivamente em roupas e cerimónias tradicionais. Os seus modelos e pigmentações variavam consoante as ocasiões, alargando-o até às comemorações matrimoniais,rituais de iniciação e funerais. Considerado sinónimo de riqueza para os manjakus, o pano de pente passou a ser celebrado, também, como ícone de moda, ocupando um lugar cativo nas mais diversas coleções e passerelles — africanas e europeias.
A sua utilização transgrediu as fronteiras estilísticas. Hoje em dia, com a ajuda da Organização Não Governamental (ONG) Artissal,que atua nos domínios do desenvolvimento do ComércioSolidário e Justo guineense, é exportado. Além disso, graças a esta ONG, a história da tecelagem guineense tem sido perpetuada num atelier tradicional com produção própria, que incentiva e dinamiza a economia local.
A arte de tecer o pano de pente
O processo de obtenção dos vários metros de pano de pente é (todo) manual. Chega a ser considerado um trabalho moroso, colecionando já diversas gerações de tecelões — conhecidos nacionalmente como ficiais. Com a ajuda de um tear (ou pente, como os guineenses o denominam), todo o corpo se dedica a aperfeiçoar a técnica exigente deentrelaçar fios. Numa coordenação motora exímia, fazendo uso dos membros bem treinados — das mãos e dos pés —, os motivos coloridos são criados.
Atualmente , e embora seja uma tradição manjaka, são os homens da etnia papelque continuam a tecer os panos de pente. Aprenderam tudo com os seus pais, transmitindo o legado para os seus filhos e assim continuamente.
Ainda que os métodos de aprendizagem sejam os mesmos de há largos anos, estes tecelões acreditam que desempenham uma atividade sagrada. Defendem convictamente que os espíritos divinossão os responsáveis pela passagem do testemunho. Estes, ao apoderarem-se das suas cabeças, conseguem ajudá-los a desempenharem a tarefa prodigiosa e demorada — para um painel de pano com cerca de 12 metros, é necessário um dia de dedicação e mestria laborais.
Assim como a tecelagem, a utilização destes panos continua a ser prestigiosa. É símbolo de estatuto social e, por este motivo, as oferendas de panos de pente são consideradas uma honra. Além disso, são peças de grandeestima e dispendiosas, devido à sua principal matéria-prima: o algodão — maioritariamente importado.
Segundo Mariana Ferreira, etnóloga e fundadora da ONG Artissal, durante o século XII, devido à sua qualidade e à riqueza dos seus padrões, o pano de pente chegou a ser uma moeda comercial africana. Angariou doses astronómicas de fama e foi alvo de admiração, ficando apenas reservado à classe nobre.
Os padrões que lhe conferem a singular estampa são muito mais do que simples detalhes de ornamentação. Estes, para quem os sabe interpretar, transmitem ensinamentos, provérbios, tradições, relembrando algumas das memórias do país. Enquanto os fios vão sendo entrelaçados, os ficiais vão produzindo estórias — e sempre de forma coordenada. Há espaço para narrativas sobre o significado da pátria; para os dizeres populares; para a confissão de sentimentos, como a angústia, o luto, a felicidade ou o amor; e, ainda, para uma ode à “mãe natureza”.
A simbologia do pano de pente
De uma forma geral, cada peça tecida é encarada como uma obra de arte, capaz de expressar a identidade cultural do povo guineense. Segundo a etnóloga Mariana Ferreira, que recentemente memorizou emlivro a simbologia e o misticismo do pano de pente, os guineenses, independentemente da etnia, nutrem um profundo respeito por este adereço histórico. “Não é um vulgar pedaço de tecido; (…) é um vetor e testemunho de cada etapa de vida (…). Para os que partem, é a riqueza além da vida; para os que ficam, a lembrança; sinal de presença e de proximidade. (…) É um excelente meio de comunicação e um código, através do qual se ensina e se aprende”, explicou.
Os mestres ficiais, que podem ser encarados como verdadeiros domadores de teares, através de paus (os lliços) — que os ajudam a “arquitetar” a obra — vão criando figuras geométricas, rostos e contornos. Cada um dos panos que produzem mantém uma designação que resistiu ao tempo e à informalidade da oralidade.
Segundo Mariana Ferreira, os “panus di pinti” com abelhas são conhecidos como os panos “Baguêra”; os que possuem olhos de vaca são denomindos “Udju di baka”; os que espelham imagens de árvores de grande porte (as poilão) — consideradas elementos sagrados na Guiné-Bissau — foram batizados de “Polôn”; e os que imprimem o alfabeto são conhecidos como os “panus-letra”.
Embora o pano de pente seja uma figura assídua e recorrente nos mercados de Bissau, continua a ter um papel crucial na celebração de datasfestivas ou em rituais. Por vezes, é apenas utilizado em marcos pontuais, devido à sua inestimável preciosidade.
De acordo com as investigações etnográficas, em determinadas etnias, nas cerimónias de casamento — nas oficiais e nas tradicionais — é dado de presente, como símbolo de prosperidade e proteção. Nas festividades fúnebres, antes do enterro, é colocado junto do corpo do defunto — também pode servir de mortalha (“mortadja”). O prestígio e riquezapassam a ser medidos consoante o número de panos dispostos. Além destas, também é, por exemplo, exibido em festejos de nascimento (de um filho ou neto).
Na Guiné-Bissau, quantos mais panos de penteencherem uma mala, melhor. Necessitam de ser preservados e amealhados durante toda uma vida — missão que é, também, perseguida pelas gerações vindouras. São comprados, dobrados e guardados religiosamente, naquela que, por vezes, pode ser a única peça de mobília de um quarto: uma espécie de cofre-forte. Depois de serem usados como segunda pelede muitos, somente em ocasiões específicas, voltam a ser acomodados em quatro paredes e depositados num lugar seguro.
No fundo, o panu di pinti é percecionado como um tesouro merecedor do seu próprio baú; da sua casa-museu: “lugar destinado ao estudo das artes; onde se reúnem curiosidades de qualquer espécie ou exemplares artísticos; de especial interesse devido ao seu valor artístico, patrimonial ou histórico” (definição que consta no Dicionário de Língua Portuguesa Priberam).
O Carnaval da Guiné-Bissau é provavelmente dos mais conhecidos nos PALOP. A sua singularidade, os trajes que usam e as músicas que se fazem ouvir durante os cortejos e danças tornam o carnaval único e assume matizes de identidade social e artística ímpares, assim como a Dança de Tina.
O sui generis desta festa levou a que Cornélio da Silva, diretor-geral da Cultura da Guiné-Bissau, anunciasse aos guineense que irá propor à UNESCO a classificação do Carnaval do país e da tradicional Dança da Tina como Património Imaterial da Humanidade.
As duas candidaturas para a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) já estão em andamento, tendo o Governo solicitado assistência de peritos internacionais, de acordo com Cornélio da Silva.
O diretor-geral da Cultura guineense considerou que o Carnaval do país “é dos melhores do mundo”, dado o seu potencial, diversidade, originalidade e riqueza, nos domínios da dança, música, trajes e a língua crioula.
Este ano a festa carnavalesca terá início entre 2 e 5 de março, devendo o Governo organizar um concurso a nível nacional com os três primeiros grupos destacados a serem premiados.
Cornélio Silva explicou ainda que um dos desafios para 2019 será conseguir que a equipa de peritos internacionais inicie os trabalhos com a realização de um inventário comunitário, para saber junto das comunidades que celebram o Carnaval, quais os artefactos que entram naquela manifestação cultural.
“Dança de Tina” é um conhecido género cultural do país e terá o mesmo destino quanto aos trabalhos dos peritos. A Tina é uma dança originária da terra de José Mário Vaz Kumba Yalá [ex-Presidente da Guiné-Bissau], cuja música é produzida através de um tanque cortado ao meio ou um grande alguidar, com água. Normalmente, o toque da tina ou a sua dança é associado às manifestações culturais entre mulheres.
“Queremos fazer da nossa Tina como Portugal fez com o Fado”, declarou o diretor-geral da Cultura guineense, ao explicar os motivos para uma candidatura, junto da UNESCO, para património imaterial da humanidade.
Com a entrada em vigor de um projeto financiado pela União Europeia, visando a criação de emprego na cultura, através de várias iniciativas de formação aos agentes culturais do país, Cornélio da Silva está confiante numa “grande projeção” do setor cultural guineense em 2019.
Mesmo apesar das dificuldades derivadas do ambiente político, o setor da cultura “deu passos significativos em 2018”, concluiu o diretor-geral da Cultura guineense.
O Presidente da ALAB – Academia de Letras e Artes da Guiné-Bissau ingressou na “Academia Patriotica Nacional Antonio Nariño“, da República da Colômbia.
A Academia é selectiva e muito prestigiosa na República da Colômbia.
Esta instituição tem como seu Presidente Honorário S.E. o Presidente da República da Colômbia Don Ivan Duque Márquez, e seus membros são ilustres académicos, líderes políticos e clérigos.
Os membros da Academia incluem três ex-presidentes da Colômbia, um cardeal da Igreja Católica Romana, diplomatas e algumas das mentes mais brilhantes da América Latina.
A ALAB – Academia de Letras e Artes da Guiné-Bissau, na pessoa do seu Presidente eng. Fernando Mendes, participou na Conferência International promovida pela AICTEH – Academia International de Ciências, Tecnologia, Educação e Humanidades, com sede em Valência, Espanha, sob o tema “COOPERACIÓN INTERNACIONAL EN LA ERA DE PANDEMIA”.
A Conferência contou com ilustres palestrantes de vários países, mormente de Cuba, Equador, Brasil, Espanha, Turquia, Portugal e Guiné-Bissau.
Prof. Cat. Doutor Sousa Lara, presidente da ALA – Academia de Letras e Artes de Portugal, Académico de Honra e Fundador da ALAB – Academia de Letras e Artes da Guiné-Bissau.